Tudo bem, todos temos direito a ser pró isso e contra aquilo. Mas é curiosa a cultura desse antismo superficial e, por isso mesmo, quase sempre inaproveitável como conteúdo sobre o qual se possa refletir e tirar algum proveito. Este tempo de eleição tem sido um bom momento pra mostrar o que falo. O antipetismo poderia ser antiPSDBismo, antiPMDBismo, antiPQParismo, não importa. Os componentes do antista político médio são mais ou menos os mesmos:
- Ele é anti-qualquer coisa sem ser pró-alguma coisa. Pergunte a ele se está filiado a outro partido, ou ao menos se defende as ideias de algum. Ou seja, condenemos, mas não apresentemos soluções...
- Acredita que corrupção e roubo são exclusividade de um partido como se, sem conivência/ cumplicidade/ coparticipação dos demais, isso fosse acontecer. Deve acreditar também em Papai Noel, Saci Pererê e vampiros (não vale mencionar Michel Temer).
- Pensa que corrupção, roubo e crimes políticos começaram só depois que ele tirou título de eleitor. Assis Chateaubriand, entre outros, agradece.
- Ele acha que no governo X houve mais corrupção do que no Y. Talvez tenha estado lá pra ver (eu não estava). Confia cegamente na isenção de toda a mídia jornalística. Acha que, antes da internet, a informação corria assim tão escancarada. Não pensa sobre o que aconteceria com seu pesçoco (ou ânus) se abrisse a boca pra denunciar um militar nos tempos de ditadura. E crê que é mais importante medir os números da corrupção do que a questão moral desse ato.
Antis nunca do que tarde.
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