quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Alguém explica pra mim?

Todo mundo reclama contra a baixaria das campanhas políticas, trocas de acusações mútuas entre os candidatos e coisas do tipo. Aqui onde moro, acredito até que este tenha sido o fator determinante para a vitória, pois o candidato que levou foi "comportado", enquanto seus dois principais adversários ficaram se agredindo. Então, como pode essa mesma baixaria dar tanta audiência a uma novela?

terça-feira, 20 de março de 2012

Dicas para o empresário sobre criação de marca

Se você vai abrir uma empresa ou renovar sua marca, eis as preferências de alguém que trabalha há 25 anos no ramo (eu mesmo).

O nome
Sou a favor de nomes curtos e que minimizem ou mesmo anulem problemas de dúvidas na grafia ou ao se escutar. Sabe aquele caso do cara cujos pais não têm piedade e o batizam com algo como Jadsteírson? Certamente ele vai ouvir milhares de "O quêêêê?" ao longo da vida.
É a mesma coisa com o nome da sua empresa. Teste trocentas vezes com pessoas próximas, pense se alguém não vai perguntar se é com I ou Y, X ou CH. Nomes estrangeiros são um perigo. Você acha lindo que sua academia se chame FIRE e um dia verá escrito FAIER por alguém que não sabe inglês. Acho que é melhor se chamar Academia Firé; além de ser fácil de falar e escrever, é pouco provável que alguém tenha pensado nele antes.
Importantíssimo é ver se o nome já não está registrado como marca no INPI. Você pode ter que mudar TUDO, caso alguém que tenha marca registrada resolva pegar no seu pé.

A imagem
Ponto mais importante desta conversa. Se o que você vai ter é uma marca, então a função dela é ficar marcada na cabeça de quem vê. Como isso acontece?
1) Originalidade. Se você vai abrir um haras, colocar a imagem convencional de um cavalo junto ao nome NÃO É fazer uma marca. É apenas a trocentésima reprodução daquela imagem de cavalo, que provavelmente se parece com outras tantas. Se você quer uma imagem de cavalo, peça pra quem vai desenvolver a marca que apresente algo diferente, novo, estilizado, ousado. Porque aí ela vai ser vista e associada APENAS a sua empresa. Mas não há necessidade de que a imagem tenha uma relação direta com o seu produto ou serviço. Isto é, no caso do haras, a imagem pode ser algo "nada a ver", desde que seja visualmente agradável e, eventualmente, até tenha "mobilidade". Um exemplo: a marca da empresa de telefonia Vivo.
2) Simplicidade. É um caso parecido com o do nome da empresa: quanto menos elementos, cores e efeitos, mais rapidamente o cérebro "lê" a imagem. Evite degradês, sombras e luzes. Ao menos, na marca básica (em alguma situação pontual, vá lá, até pode-se acrescentar um efeito - mas eu particularmente prefiro sempre o mais simples). Como exemplo contrário, repare nesses brasões de família: se colocados num cartão de visitas, viram uma massaroca incompreensível, dada a quantidade de elementos.
3) Praticidade. Mais um motivo pra evitar rebuscamentos é que, se você estiver numa cidade pequena sem muitos recursos ou gente qualificada e precisar fazer um cartão ou um banner pra colocar num evento, os degradês e cores e luzes podem virar um quadro de Van Gogh - o que, pra ser exposto num museu, seria maravilhoso. Mas o seu caso será para uma feira de negócios, provavelmente.

As fontes (letras)
Atente para a leitura das letras que escolhe. Alguns tipos mais enjoados deixam as pessoas em dúvida se aquilo é um T ou um J. Escolha uma fácil de ler e pode fugir das "carnes de vaca" Arial, Times e Comic Sans (aliás, não só pode como deve). Existem milhares de fontes interessantes e pouco usadas, mas atenção para direitos autorais, pois algumas fontes não são gratuitas.
Sim, misturar maiúsculas e minúsculas tá valendo, pois uma marca não é uma obra literária. Às vezes, um A minúsculo fica bem perto de um L maiúsculo.

As cores
O pessoal das grandes agências, usuário do programa Illustrator, vai me matar. Acontece que, imaginando a mesma situação que mencionei no item 3, o que sugiro é que, por ser o programa mais usado Brasil afora, as cores de sua marca estejam naquela palheta básica do Corel Draw.

O que não fazer
Evite misturar a imagem com o nome. A leitura pode ser confusa e, em muitos casos, precisa ser rápida (como a de alguém dirigindo e vendo um outdoor da sua empresa).
É muito comum a gente ver um desenho no meio do nome substituindo uma das letras. Vejam esse caso:

Eu demoro uns segundos a mais pra ler "Rio" e, se quiser, dá pra se ler "Bio" também...
Outra coisa que não recomendo, pelo mesmo motivo, é colocar uma mesma letra pra servir em dois lugares do nome, como aqui:


Pra terminar
Sua marca deve ser preservada. Não dá pra sair distorcida, torta, com outro tipo de letra, com outras cores. Assim, em cada lugar vai estar de um jeito, e deixa de ser sua marca. É o mesmo que arrumar um jogador mediano sósia do Neymar, pra entrar em campo no lugar dele, e esperar que as pessoas acreditem que é o original.
Então, exija um manual de utilização de marca da empresa ou pessoa que for fazer o trabalho de criação. Ele deve ter, no mínimo, um quadro com as proporções de altura e largura, os nomes das fontes (letras) escolhidas e das cores utilizadas. Essas cores devem ter duas descrições: uma para impressos (escala CMYK) e outra para vídeo (escala RGB). Se quiser, mande um e-mail e explico a diferença. Quanto às fontes, além da descrição, peça os arquivos de instalação delas e grave-os em tudo que é computador que puder, num canto em que ninguém vá apagar.

Acho que é só tudo isso!
Valeu.

domingo, 18 de março de 2012

Futibór

Acabei de chegar de Caldense x Cruzeiro, a convite do amigo Adriano Mussolin. Desde 1986 não ia a um estádio pra assistir futebol, e minha sensação parece que foi a mesma daquela então última vez: é uma experiência bárbara.
Não no sentido figurado e elogioso da palavra. Eu vejo ali algo parecido com o que devia ser o Coliseu, nos tempos do império romano: gente berrando, xingando, gritos de guerra, tambores... O ser humano numa das maiores demonstrações de seu lado animal.
E fazendo parte do circo, quase entrando em campo pra bater no árbitro, nosso prefeito... Populismo em ano de eleição?
Mas o mais curioso foi mesmo antes de entrarmos: uma placa na bilheteria "Ingressos esgotados" nos fez procurar um cambista - pra quem não sabe, é aquele cara que compra ingressos antes pra vender mais caro na hora do aperto, como foi essa minha (Mussa já tinha comprado de véspera). E paguei mais barato que se tivesse comprado na bilheteria ahahahahahahahahahah
É isso... Ah, sim, o jogo? 5 a 0 pro Cruzeiro, com uma bela ajuda da arbitragem no início. Mas o resultado, pra mim, foi o de menos.

terça-feira, 13 de março de 2012

Hã? Fala de novo, Zé, que não ouvi...

Chega de ficar calado diante desse assunto... gritante AHAHAHAHAHAHAAHAHAH

1) Se você coloca caixas de som na calçada, na frente da sua loja, pra atrair clientes, ou faz propaganda em carro de som, saiba que eu sou um dos que vão comprar na concorrência silenciosa.

2) Se você é daqueles que nos permite ouvir a 200 metros de distância até a vibração causada pelo som alto do seu carro, meus pêsames... Em breve, todas as juntas do veículo estarão soltas e você estará surdo, além de conquistar um monte de inimigos.

3) Baseado em meu gosto pessoal, as estatísticas mostram que, quanto mais alto o volume do som do carro do sujeito, tanto pior é a música.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia da Mulher

‎- Filho, hoje é o Dia da Mulher!
- Quer dizer que todos os outros são Dias do Homem, pai?
- (ligeiramente surpreso) Não, filho! Hoje é o Dia Internacional da Mulher, um dia para refletirmos sobre o papel que elas têm em nossas vidas.
- Ah, certo... Quer dizer que hoje a gente vai reclamar delas como eu vejo seus amigos e o senhor fazendo quando se reúnem pra jogar sinuca?
- (um pouco exaltado) Filho, não é bem assim... Hoje é um dia especial, pra nós a saudarmos, fazer uma gentileza, um agrado.
- AAAAAAAAAAAAAAH! Então os xingamentos, ofensas, agressões e estupros que vejo na TV são só nos outros 364 dias!
- (dando bronca) Filho, pare com perguntas, vá logo até tua mãe e dê-lhe um beijo!
- É só hoje que é pra beijar, pai?

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Prendam a nossa cultura!

Hoje cedo, vi a reportagem da prisão daquele rapaz que matou a esposa de 19 anos a facada e deixou órfã de mãe uma criança de 1 ano, aqui em Poços.
Olhando a declaração dele, não me pareceu um assassino frio, nem drogado, nada assim. Já vou avisando: ele tem que pagar pelo que fez, sim. Sem essa de acharem que o estou defendendo.
Porém, acredito que ele também foi vítima. Mais uma dessa nossa cultura atual, com esses malditos valores distorcidos aos quais a gente se cansa de reportar.
Ele declarou que se perdeu porque ficou cansado de ver a moça na gandaia enquanto ele trabalhava pela família. Então, do que ele é vítima? É do baixíssimo preparo psicológico e intelectual que sofre a maioria das pessoas, seja na escola, cujo nível é dos piores do mundo, seja na família, instituição que anda em parafuso porque despadronizou-se. Elas sofrem da falta de personalidade julgadora, são conduzidas pelas convenções:
- Os programas que escancaram a violência, sejam eles filmes do Chuck Norris (alguém aí tem uma referência mais recente? Eu, ainda bem, não tenho). Ou programas como os do Datena.
- As nossas novelas e aquele programa cujo nome me recuso a dizer, que mostram o lado negro de uma sociedade monogâmica: a possessividade, a intolerância e a traição.
- A necessidade, mostrada na propaganda, de se ter mais do que se realmente precisa. A fantasia dos desejos.
- O desequilíbrio das recompensas. Jogadores de futebol ganhando horrores, produzindo pouco, e professores se matando pra ter um ganho razoável.
- A impunidade. Hoje, traficantes comandam seu exército de dentro da cadeia. Políticos sofrem denúncias, mas nunca são presos.

E aí eu pergunto: quantas vezes mais teria pensado esse rapaz em fazer o que fez, se nossa mídia fosse educativa, nossa propaganda ensinasse o consumo sadio, nossas escolas formassem cidadãos pensantes? Ou ainda se vivesse na Idade Média, onde a punição era forca, ou bola de ferro no pé e trabalhos forçados?

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Dinossauros ainda existem

Esta semana, saiu a seguinte notícia: http://www.lavras24horas.com.br/portal/pocos-de-caldas-fica-fora-da-lista-de-cidades-com-potencial-turistico/

Sinto por aqueles que vivem defendendo a cidade com unhas e dentes, mas é exatamente isso que tem deixado Poços nos tempos das charretinhas. Políticos esnobes e empresários acomodados, todos eles dinossauros míopes, que ficam batendo no peito, levantando a voz contra críticas feitas à cidade e dizendo que "aqui é Primeiro Mundo".

Concordo que, em vários pontos, Poços supera a vizinhança e que, se o critério for escolher as menos ruins, deveria estar na tal lista. Mas tenhamos humildade. É fazer o esforço de tentar ver além da serra do Cristo, visitar lugares em que as coisas estão anos-luz à frente daqui no quesito Turismo, trazer ideias, planejar e investir. Vou me ater a apenas uma frase da reportagem que apontei: "Além do segmento sol e praia, a lista engloba ecoturismo, aventura, esporte, cultura, negócios, eventos e gastronomia." Pergunta: praia, não tem mesmo jeito... Mas em qual dos outros segmentos temos estrutura profissional de Turismo? A resposta é zero, nenhum. Quem elogia Poços (e favorece o discurso reacionário) é o turista de classe média baixa, que vem em ônibus de excursão. Nada contra eles, mas são apenas um dos vários perfis de turista que se pode ter.

Mas como disse uma grande amiga (cujo nome não quero mencionar): "mudar dá trabalho".

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Rezar

Eu nunca fui seguidor de religião. Sair com um amigo ou amiga daqueles realmente diferenciados e conversar boas horas sobre a vida faz muito mais efeito que soluções encaixotadas, no que diz respeito a colocar meu espírito pra cima.
Mas esse sou eu e entendo que frequentar igreja e rezar faz MESMO bem pra muita gente. Porém, pra outros é um verdadeiro "fazer nada com hora marcada" ou, como disse meu irmão, ócio programado.
Já viram essa cena? Um monte de gente se reúne na sala de uma casa, repete umas frases centenas de vezes em tom de velório, depois conversam sobre as doenças de todo mundo e vão pra casa. Usar essa energia então pra algo prático, tipo um trabalho voluntário em grupo, nem pensar...
Ave Maria!