Não sei se estamos numa crise. Crise se define no dicionário mais ou menos como "situação AGUDA de agravamento de um estado ruim". Então, posso talvez chamar de crise o que vimos na época do Sarney, nos anos 1980, quando as prateleiras dos supermercados ficaram totalmente vazias e a inflação beirou dobrar o preço das coisas a cada mês.
O que vejo hoje é uma época de readaptação, e que não é aguda. Vem sendo construída desde o surgimento da internet e não haverá volta a um estado anterior, como costuma acontecer nas crises ─ por exemplo, uma crise alérgica.
Sem entrar em detalhes: sim, entendo que esse avanço tecnológico em tempo curtíssimo, esses 25 anos em que saímos da carta datilografada para o smartphone, é o ponto de partida para uma enorme transformação, que atinge relacionamentos, família, trabalho, profissões, economia, comunicação... Tudim, tudim. E neste momento, o que vem sendo considerado crise parece ser o ápice da zona. Se eu entendi umas aulas que vi no Youtube, isso faz parte do que os filósofos chamam de "pós-modernidade". Quando a poeira baixar, o equilíbrio vai se restabelecer com outros padrões, com uma outra ideia do que é "viver bem" ─ e provavelmente esse conceito será bem mais modesto do que o atual.
*Mais uma das "Reflexões de um Quase Cinquentão", que estará no provável livro que lançarei quando for talvez um quase sessentão.
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