segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Crise?

Não sei se estamos numa crise. Crise se define no dicionário mais ou menos como "situação AGUDA de agravamento de um estado ruim". Então, posso talvez chamar de crise o que vimos na época do Sarney, nos anos 1980, quando as prateleiras dos supermercados ficaram totalmente vazias e a inflação beirou dobrar o preço das coisas a cada mês.
O que vejo hoje é uma época de readaptação, e que não é aguda. Vem sendo construída desde o surgimento da internet e não haverá volta a um estado anterior, como costuma acontecer nas crises ─ por exemplo, uma crise alérgica.
Sem entrar em detalhes: sim, entendo que esse avanço tecnológico em tempo curtíssimo, esses 25 anos em que saímos da carta datilografada para o smartphone, é o ponto de partida para uma enorme transformação, que atinge relacionamentos, família, trabalho, profissões, economia, comunicação... Tudim, tudim. E neste momento, o que vem sendo considerado crise parece ser o ápice da zona. Se eu entendi umas aulas que vi no Youtube, isso faz parte do que os filósofos chamam de "pós-modernidade". Quando a poeira baixar, o equilíbrio vai se restabelecer com outros padrões, com uma outra ideia do que é "viver bem" ─ e provavelmente esse conceito será bem mais modesto do que o atual.

*Mais uma das "Reflexões de um Quase Cinquentão", que estará no provável livro que lançarei quando for talvez um quase sessentão.

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