quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Blefeing

Sustentáculo sólido da durabilidade. Fio norteador para o sucesso. Essência da interação cliente-fornecedor. Matéria-prima para grandes campanhas.
O briefing (olha aí o inglês tomando conta da gente de novo) bem pode ser definido com essa pompa. Ele é a primeira etapa da relação entre a agência de propaganda e o cliente, em que este abre o coração e conta como sua empresa funciona, seus princípios, objetivos, intenções, metas...
O texto poderia acabar aqui, mas eu quero colocar um “supostamente” na frase acima. Porque quase sempre o briefing parece ser um jogo de blefes, um blefeing. O cliente finge que conta tudo (“quem é esse pessoal de agência pra achar que vou revelar meus segredos?”) e a agência finge que ficou tudo bem (“se insistirmos, nos queimamos”). Desnecessário mencionar a continuidade disso, né não?
Esse comportamento pode ser visto em outros contextos. Consultores de empresa, assessores de imprensa ou especialistas em RH vão se identificar de imediato. Médicos e profissionais de saúde recordam facilmente inúmeros casos de pacientes dessa ordem. Quem é da área de Exatas sabe que as coisas não são assim tãããão exatas. Até dentro de casa se vê isso ─ ria pra não chorar, você que é psicólogo. Famílias, namoros e casamentos, relacionamentos de toda ordem...

Talvez seja por isso que não gosto de jogo de truco.

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