Tá demais. Há empresas demais, informação demais, produtos demais. Fico assustado com a panaceia.
Minha cidade está infestada de farmácias, por exemplo. Chega-se ao cúmulo de haver Drogasil dos dois lados duma mesma rua, uma de frente pra outra, é só atravessar. Não se abre uma empresa porque a comunidade precisa do que ela vai oferecer. São abertas porque são "negócio lucrativo". A competitividade faz muitas naufragarem, outras serem engolidas ou incorporadas às mais poderosas. Muitos deixam de ser os empreendedores que eram, e outros tantos, de ser os empreendedores que nem sequer chegaram a ser.
A Internet vomita informações continuamente. Quer exemplo maior do que haver um site chamado "ultimosegundo.com.br"? Não digerimos mais o que "comemos" de informação. Simplesmente, estamos comendo continuamente. Não dá tempo de avaliar, refletir, discutir. Parece um trem com número infinito de vagões. Os trilhos nunca estão vazios. Não ansiamos pelo próximo trem, porque ele já está aí. Nisso, deixamos de ter opinião, porque não dá tempo nem de aprender a formá-la. Nossas respostas acabam se tornando rasas e pouco duradouras, atropeladas por uma nova enxurrada de notícias.
Tecnologia, então... Estou tentando chegar na década passada, ainda. Já perdi o fio da meada em relação a nomes de automóveis; domínio de controles remotos; recursos oferecidos por celulares, i-pods e a-fins; entendimento de planos de canais de televisão; e outros bichos que ainda nem sei que existem. Fico pensando no tamanho do lixo gerado por aparelhos que, nem bem são usados, já veem nascer um novo modelo para substituí-los.
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