Entrei hoje no quarto dia duma gripe infernal. Todos aqueles sintomas conhecidos, mas especialmente uma dor de ouvido de perturbar até o mais pacífico dos monges budistas. Chega num ponto em que se tem que entrar nos remédios (que eu evito o quanto posso) e fico nauseado com qualquer coisa que eu coma. Uma maçã parece ter o efeito de meio quilo de filé à parmegiana. E nada tem gosto de coisa nenhuma.
Um político é eleito pelas pessoas e a gripe nos elege, é uma diferença. Mas o estrago na nossa paciência e humor é igual, não?
"Mãe, como é aquela palavra usada em religião quando alguém fica sem comer? JEGIME?" A Déborah filha da Marcia foi simplesmente genial, criou um neologismo juntando jejum e regime. Quando eu quero perder umas gordurinhas do espírito, venho pra cá e escrevo.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
sábado, 11 de setembro de 2010
Sobre cavaletes e democracia
A propaganda eleitoral que suja a cidade, isto é, papel jogado pelas ruas e colado em muros e postes, está proibida em Poços de Caldas. Como substitutos, surgiram uns cavaletes de mais de um metro de altura, estampados com os lindos sorrisos Colgate dos candidatos e as usuais informações (nome, partido, número).
A lei eleitoral permite esse tipo de artefato, mas desconheço um cidadão que aprove. E me pergunto que democracia é essa em que vivemos, em que os moradores de uma cidade têm poder menor que os políticos, ou que a esfera federal, para resolver o que é melhor para o município em que vivem.
A lei eleitoral permite esse tipo de artefato, mas desconheço um cidadão que aprove. E me pergunto que democracia é essa em que vivemos, em que os moradores de uma cidade têm poder menor que os políticos, ou que a esfera federal, para resolver o que é melhor para o município em que vivem.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Comendo sem digerir
Tá demais. Há empresas demais, informação demais, produtos demais. Fico assustado com a panaceia.
Minha cidade está infestada de farmácias, por exemplo. Chega-se ao cúmulo de haver Drogasil dos dois lados duma mesma rua, uma de frente pra outra, é só atravessar. Não se abre uma empresa porque a comunidade precisa do que ela vai oferecer. São abertas porque são "negócio lucrativo". A competitividade faz muitas naufragarem, outras serem engolidas ou incorporadas às mais poderosas. Muitos deixam de ser os empreendedores que eram, e outros tantos, de ser os empreendedores que nem sequer chegaram a ser.
A Internet vomita informações continuamente. Quer exemplo maior do que haver um site chamado "ultimosegundo.com.br"? Não digerimos mais o que "comemos" de informação. Simplesmente, estamos comendo continuamente. Não dá tempo de avaliar, refletir, discutir. Parece um trem com número infinito de vagões. Os trilhos nunca estão vazios. Não ansiamos pelo próximo trem, porque ele já está aí. Nisso, deixamos de ter opinião, porque não dá tempo nem de aprender a formá-la. Nossas respostas acabam se tornando rasas e pouco duradouras, atropeladas por uma nova enxurrada de notícias.
Tecnologia, então... Estou tentando chegar na década passada, ainda. Já perdi o fio da meada em relação a nomes de automóveis; domínio de controles remotos; recursos oferecidos por celulares, i-pods e a-fins; entendimento de planos de canais de televisão; e outros bichos que ainda nem sei que existem. Fico pensando no tamanho do lixo gerado por aparelhos que, nem bem são usados, já veem nascer um novo modelo para substituí-los.
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